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segunda-feira, 20 de abril de 2020

A Arte nas cidades que queremos (re)abrir, por Helena Mendes Pereira, diretora da zet gallery

Em tempo de confinamento e de isolamento social, em que temos o privilégio de observarmos o espaço público sem a azáfama dos dias normais de que temos saudades, cria-se a oportunidade de um tempo de pensar as cidades e de que formas estas podem ser, cada vez mais, palco da criação artística e bandeiras da democratização do acesso à Arte. Há largos anos que o dst group (agora com a zet gallery como pivot nesta matéria) recorre ao seu know-how na engenharia e construção, colocando-o ao serviço de projetos de criação e implementação de obras de arte em espaço público, numa articulação plena com os artistas e com os organismos de gestão dos territórios. Esta consciência da urgência do contacto quotidiano com a obra de Arte como promotor da literacia, do conhecimento e, consequentemente, da construção de consciência crítica e de cidadania. A presença da Arte em espaço público é, assim, muito mais do que dotar o território do belo. É um ato político e simbólico que foram sendo sempre, ao longo da História, as transformações urbanas.

A história urbana mostra que às transformações de ordem económica e social se segue a adequação das estruturas, das formas e das imagens das cidades. Neste novo tempo que vivemos, é perentório que o espaço público seja cada vez mais um convite, não à profusão dos eventos, mas ao convívio moderado e seguro. A Arte pode ajudar, pode ter essa mensagem. Para a economia da cidade industrial, importava a proximidade a fontes de matérias-primas e de energia, a disponibilidade de capital, a força do trabalho de qualificação baixa ou média e um grande mercado local. Mas as exigências da cidade são radicalmente diferentes para a nova economia, que, segundo Peter Hall , deixou de ser uma “economia de informação” e se tornou numa “economia da cultura”, na qual a cultura se tornou na peça central da máquina reprodutiva do capitalismo, a sua nova mola propulsora . As transformações espaciais não são consideradas apenas na sua dimensão física, territorial, mas envolvem ponderações de ordem simbólica e muitos dos fenómenos sociais, cuja difusão já está desligada do espaço físico da cidade, são influenciados por fatores que têm uma origem urbana, sob o perfil material ou simbólico . O lugar, a imagem e a identidade tornam-se fundamentais. No mundo global, onde a modernização gerou a estandardização e a homogeneidade, muitas cidades industriais assistiram à diluição da sua identidade. A identidade está fortemente ancorada à imagem e à cultura local. Neste sentido, considera-se que é principalmente através da cultura que as cidades se podem individualizar, acentuando as suas identidades, marcando um lugar no panorama mundial. Por isso, as atuais políticas de intervenção urbana privilegiam planos e projetos que reforcem ou recriem a imagem e a identidade de cada cidade.
Helena Mendes Pereira

Para Huyssen, empreendedores e políticos procuram vender a cidade como imagem, procurando aumentar a receita com turismo de massa, convenções e aluguer de espaços comerciais. O ponto central, deste novo tipo de política urbana, são os espaços estéticos para o consumo cultural e é neste contexto que os investimentos em equipamentos e eventos culturais e na requalificação da imagem dos territórios a partir da Arte Pública se equaliza a investimentos em bens e serviços da dita primeira necessidade. Os processos de transformação e desenvolvimento dos territórios através da democratização do acesso ao belo por via da cultura e, em particular, da Arte Pública, proliferam-se por todo mundo, sendo que interessa destacar Pina Bausch (1940-2009) que criou em Wuppertal, em 1973, a Tanztheater Wuppertal Pina Bausch, uma companhia de dança e teatro que havia de colocar a pequena cidade alemã no mapa do que melhor se fez no mundo ao nível das artes performativas; San Sperate que é um pequeno lugar no enquadramento rural da região da Sardenha (Itália) com pouco mais do que 8000 habitantes e é o maior museu de pintura mural ao ar livre do mundo com mais de 400 murais pintados e mais de uma centena de esculturas; Inhotim, situada no Brumadinho, uma cidade com 38 mil habitantes, a 60 quilómetros de Belo Horizonte, cidade capital do estado brasileiro de Minas Gerais, começou a ser idealizada pelo empresário mineiro Bernardo de Mello Paz a partir de meados da década de 1980 e constituiu-se hoje como uma dos maiores acervos de arte contemporânea do Brasil; a 100 km de Bilbao (Espanha), Chillida Leku, gerida pela fundação com o nome de Eduardo Chillida (1924-2002) ocupa o lugar de pequena Babilónia dos nossos dias. Localizado em Hernani, Guipúscoa, lugar distante dos centros mais cosmopolitas do País Basco e construído a partir de um dos maiores desejos do escultor e gravador Eduardo Chillida (criar um espaço museológico especial onde pudesse partilhar a sua obra e expor alguns dos seus melhores trabalhos) a sua peculiaridade é suficiente para ter inscrito esta pequena localidade no mapa da Arte contemporânea, acolhendo mais de duas centenas de milhar de visitantes por ano.

Mais de cem anos depois de Filippo Marinetti ter defendido no Manifesto Futurista (1909) a destruição dos museus, reduzindo-os a meros dormitórios públicos e a espaços para o carcinoma de professores, arqueólogos, guias e antiquários , assistimos a uma transformação radical no paradigma desta instituição. Dada a sua importância atual enquanto centro de urbanidade e civilização, o museu é considerado como a nova catedral do século XX . Entendido como polo de atração turística e protagonista da economia da cultura , é hoje um fator determinante na requalificação e reanimação urbana, conquistando um lugar de destaque nas nossas cidades. Não obstante, os museus de arte contemporânea, os seus edificados e por vezes os seus discursos herméticos promovem o afastamento dos públicos da criação artística contemporânea e potenciam a ideia de uma exclusividade de acesso e compreensão apenas para as elites. A obra de Arte pública, não só organiza o espaço público, condicionando positivamente o seu usufruto, como está disponível à contemplação e interação de todos, sendo desprovida de muros e bilheteiras. Nos últimos anos temos assistido, enquanto estratégia de comunicação para as massas, à aposta de vários museus (Rainha Sofia, em Madrid, por exemplo) com a implementação de obras de Arte públicas de grande envergadura, por períodos balizados, associadas a autores que, depois, podemos encontrar dentro do museu.

A arte pública tem sido uma área controversa por natureza. Não obstante, vários governos têm apoiado a sua realização, através da criação de programas de apoio às artes. A “política do 1%” foi um desses programas aplicados internacionalmente – Inglaterra, França e Estados Unidos – para promover a construção de obras de arte pública, utilizando para esse efeito 1% dos custos da totalidade de um empreendimento. Durante a década de 1980, o poder político norte americano, inglês, francês e espanhol compreendeu que o investimento em Arte pública, associado às políticas de restruturação urbana, poderia trazer benefícios económicos e sociais para as cidades. A renovação da imagem da cidade iria proporcionar um aumento do investimento privado, gerando novos postos de trabalho e, por conseguinte, dando um contributo determinante para crescimento da economia. À medida que a política de regeneração urbana progredia, tornava-se claro que a arte podia contribuir para a economia, para a criação de emprego e também para o turismo. Por toda a Europa temos vários exemplos desta realidade. No caso de Broadgate (Inglaterra), realizou-se uma reestruturação de grandes dimensões, que envolvia a criação de novas ruas, a remodelação de espaços públicos e a instalação de Arte pública. Planeado a várias fases, o projeto contou com a instalação de 24 obras de arte públicas de artistas locais e outros reconhecidos internacionalmente, tais como Barry Flanagan (1941-2009), Richard Serra (n.1939), Fernando Botero (n.1932) ou George Segal (1924-2000). A seleção de participantes foi criteriosa e envolvia a apresentação de maquetes e a definição clara de objetivos, que estabeleciam que os trabalhos tinham que “desafiar as atitudes das pessoas perante a arte” , sem apresentar, contudo, conteúdo ofensivo. O programa de Arte pública de Broadgate não só criou uma nova imagem do lugar, como contribuiu para uma melhoria do ambiente urbano, o que valeu ao projeto vários prémios e ser considerado o melhor espaço público dos arredores de Londres.
Intervenção artística ambiental octo_ _ _ _ de Pedro Tudela e Miguel Carvalhais na marginal de Esposende

A obra de Arte pública interpela-nos e faz-nos pensar, perturba-nos e faz-nos duvidar mas, sobretudo, é global e não restrita e ainda que não exista em toda a História da Arte nenhuma obra de Arte pública geradora de consensos, as estórias de apropriação identitária por parte dos locais multiplicam-se. Recentemente, no âmbito do projeto Esposende SmartCity, este município minhoto associou, tendo como parceiros o dst group, através da MOSAIC e da zet gallery, a Arte a esta transformação e, entre 2019 e 2020, o espaço público conta com uma instalação artística de Pedro Tudela (n.1962) e Miguel Carvalhais (n.1974), uma escultura de Volker Schnüttgen (n.1961) e uma intervenção de Alexandre Farto AKA VHILS (n.1987). Nenhuma destas obras de Arte públicas carecem da condição material do tal elevador social para serem vistas, além de serem uma afirmação do poder dos territórios, da sua ousadia e da sua soberania, já que o investimento em Arte e em grandes obras públicas no patamar do belo, foi e será sempre o caminho mais fácil para a eternidade e aquele que mais evangeliza as massas a uma ideia de sociedade e de futuro.


Helena Mendes Pereira, diretora da zet gallery

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domingo, 9 de setembro de 2018

O curso com melhor média de entrada este ano é de Engenharia Civil... Porque só tem um aluno!

Não é habitual os cursos de engenharia civil figurarem na lista dos cursos com melhores médias de entrada em Portugal, mas este ano há um curso de engenharia civil que entra nessa lista e é inclusive o curso com melhor média de entrada no país. Claro que se não houvesse uma explicação isto seria um bocado estranho num país onde o setor da engenharia civil e construção deixou de ser atrativo comparativamente a outras áreas profissionais. Mas há explicação e resume-se a estarmos a falar de um curso onde entrou apenas um aluno, tendo ele a média excepcional de 18,9. O curso em causa é o de engenharia civil (ensino em inglês) da Faculdade de Ciências Exatas e da Engenharia da Madeira.

Não se pode dizer que não seja uma evolução, este ano antes de se falar dos cursos de engenharia civil que ficaram desertos, fala-se deste caso singular. Infelizmente para o aluno em causa, poderá não lhe valer de muito o mérito que teve em obter a melhor média de Portugal porque como o curso tinha 20 vagas e apenas ele entrou, sujeita-se a que o curso não abra.

Entre os 33 cursos que ficaram desertos, 6 são de engenharia civil, o que confirma a tendência iniciada há muitos anos. O que não se percebe é porque continuam abertos tantos cursos de engenharia civil, sabendo-se que isso põe em causa a qualidade e credibilidade do setor.

Talvez este ano não surja ninguém a proclamar a estranha teoria de que Portugal precisa de importar engenheiros civis. Também se disse que Portugal pode parar por falta de engenheiros civis, mas na realidade não faltam engenheiros civis em Portugal, faltam é boas condições de emprego para estes.
Apenas quatro universidades conseguiram preencher 100% das vagas nos cursos de engenharia civil. Destaca-se pela positiva o Instituto Superior Técnico e a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, que tendo aberto respetivamente 129 e 121 vagas para engenharia civil conseguiram 100% de colocações. A somar a estas duas instituições apenas a Universidade Nova de Lisboa (50 vagas) e o Instituto Superior de Engenharia do Porto (60 vagas) conseguiram também 100% de colocações. Todos os outros cursos de engenharia civil ficaram com vagas por preencher.

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quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Perguntas e respostas sobre a falta de mão-de-obra no setor da construção em Portugal

A falta de mão-de-obra no setor da construção em Portugal voltou à ordem do dia e parece não ter fim à vista. Há muitas pessoas a apontar os problemas atuais no que diz respeito à falta de operários, mas é evidente a dificuldade em referir soluções para o problema. A que se tem repetido mais vezes é a de permitir a mobilidade de mão-de-obra estrangeira nas empresas portuguesas que também trabalham noutros mercados. De seguida apresentamos algumas perguntas e respostas sobre a falta de mão-de-obra no setor da construção em Portugal.

COMO SE PODE ATRAIR JOVENS PARA O SETOR DA CONSTRUÇÃO?
Sendo o setor da construção pela sua natureza pouco atrativo comparativamente a outros, e havendo no presente alternativas para a potencial mão-de-obra, a resposta parece óbvia: oferecendo melhores salários / condições.

MAS OS SALÁRIOS / CONDIÇÕES PRECISAM DE SER MUITO MELHORES?
Não é possível saber antecipadamente até quanto devem melhorar. Mas é óbvio que chegando a determinado ponto começam a atrair pessoas para o setor.

É SUSTENTÁVEL PARA AS EMPRESAS OFERECER MELHORES SALÁRIOS / CONDIÇÕES?
A capacidade de gestão em cada empresa será decisiva para esta questão. No entanto naturalmente os preços de venda das empresas teriam que aumentar. Eventualmente os clientes estranhariam inicialmente, mas depois a ideia entranhava-se. Esses ajustes nos preços ocorrem em diversas áreas e todos nós convivemos com elas, mesmo quando não gostamos da ideia de pagar mais por algo.

APOSTAR NA FORMAÇÃO PODE AJUDAR?
Claro que sim, os profissionais movem-se pelos salários, mas não só. Se as empresas derem condições aos seus funcionários para evoluírem e se atualizarem com formações, isso é um ponto que atrai sempre. Pode não ser decisivo, mas ajuda.

A IDEIA DE FACILITAR A MOBILIDADE DE MÃO-DE-OBRA ESTRANGEIRA DAS EMPRESAS RESOLVE O PROBLEMA?
Não. Apenas resolve, ou ajuda a resolver, a uma parte das empresas, nomeadamente as de maior dimensão que marcam presença em mercados internacionais. Mas esta é uma solução que serve essas empresas de maior dimensão a curto prazo, deixando as empresas que não marcam presença em mercados internacionais em situação ainda pior. Resumindo, uma solução que serve apenas uma parte das empresas quando o setor quase todo está com o mesmo problema é uma solução bastante discutível e que pode ser vista como algum tipo de cedência às empresas maiores. É dever das associações do setor defender todas as empresas e não só as maiores.

VAI CONTINUAR A FALTAR MÃO-DE-OBRA?
Tudo aponta para que sim, inclusive para um agravamento da situação. Se não houver alterações de fundo, a tendência será para piorar, pois com o envelhecimento geral dos profissionais ativos e a insuficiente renovação, o número de profissionais ativos irá necessariamente diminuir. Para mitigar este problema é necessário que os responsáveis envolvidos procurem soluções transversais e que não facilitem a vida apenas a "meia dúzia" de empresas.

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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Engenheiros civis portugueses pelo mundo

Hoje aqui no Engenharia e Construção gostava de efetuar uma reflexão mais alargada sobre a Engenharia Civil e por isso lançar também um desafio. A Engenharia Civil é uma das profissões com grande potencial de internacionalização. Já há algum tempo um amigo meu disse que tinha muita pena de não poder sair do país para exercer a sua profissão, porque as leis eram todas diferentes em cada país. Ele é advogado. Realmente deve ser necessário tem que estudar tudo de novo para começar noutro país com advogado…

Mas nós não temos esse desafio diretamente. Claro que existem, por exemplo, leis que temos que ter em conta, mas o projeto, a construção, a exploração ou manutenção de edifício ou instalações tem sempre as mesmas bases. Por isso é uma grande vantagem para ir para fora.

Sei que grande parte dos colegas que foi nos últimos anos, não foi por que queria, mas sim por necessidade. Contudo temos grandes escolas de Engenharia no nosso Pais que nos potencia para qualquer parte do mundo. Dos que conheço, que estão na realidade internacional, têm tido experiências distintas do que existe em Portugal, novos desafios, bem como novas oportunidades.

Por isso gostava que partilhassem as vossas experiências internacionais, pois mesmo sendo uma falha da minha carreira profissional, considero que as experiências internacionais são uma mais-valia na carreira.
O que dizem? Contam as vossas aventuras de Engenheiros Civis Internacionais? O que aprenderam de diferente? Quais os obstáculos que tiveram que ultrapassar? Que curiosidades vos aconteceram? Que orgulhos têm? Que dicas têm para quem pensa na internacionalização?

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Artigo escrito por Susana Lucas do SEIbySusana.

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segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Fundos de investimento e a engenharia civil

Gostava de efetuar uma reflexão alargada (gostava de ter conhecimento das vossas experiências), relativamente aos fundos de investimentos e a Engenharia Civil. Nesta nova moda de investimento em Portugal prolifera o aparecimento de fundos de investimentos. E julgo que deve existir cada vez mais necessidade nesta área de Engenheiros Civis… Porquê?

Quando existe disponibilidade financeira para efetuar investimentos para a seleção do objeto de aquisição, terá que existir uma avaliação técnica e logo devem entrar os Engenheiros Civis. A avaliação técnica passa tanto pela verificação das condições do imóvel como no seu possível potencial.

Depois da aquisição do imóvel, existirá a necessidade de intervenção, maior ou mais pequena… e lá existirá a necessidade do existir um Engenheiro Civil como representante do fundo de investimentos para verificar e acompanhar o desenvolvimento dos trabalhos.

Após a intervenção se não for para venda, mas para rentabilização ou uso, a manutenção da componente estrutural do edifício tem que ser considerada e o Engenheiro Civil pode contribuir.
Por isto, e com toda a certeza podem existir outros aspetos a considerar, o mercado dos fundos de investimentos têm necessidade de ter como colaborador ou parceiro um Engenheiro Civil (ou mais).

A abrangência da Engenharia Civil é cada vez mais alargada, sendo um desafio para todos os profissionais. Temos que atualizar, verificar o que o mercado precisa e onde podemos dar o nosso contributo.

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Artigo escrito por Susana Lucas do SEIbySusana.

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terça-feira, 26 de setembro de 2017

Oferta de estágio para engenheiro civil por 557€, alguém quer?

Não estou propriamente à procura de trabalho, mas de vez em quando vou ver que ofertas há por aí. Gosto de estar informada sobre as ofertas de trabalho. Hoje de manhã, ao ler este “oferta” de trabalho senti um murro no estômago tão grande que me apeteceu vomitar, e logo de seguida uma raiva cresceu em mim que só pensei em denunciar isto.

Então é o seguinte, uma consultora de engenharia civil está a oferecer um estágio em que os estagiários têm como principais responsabilidades elaborar projectos de fundações, abastecimento de águas e drenagem, projectos de instalação de gás e elaboração de cadernos de encargos, medições e orçamentos. Para além disso querem um recém-licenciado com domínio de SAP2000 (um programa de cálculo estrutural), AutoCad, REVIT (sendo este factor eliminatório), conhecimentos de BIM e Robot (outro programa de cálculo estrutural) e de programação.

E o que é que eles dão em troca?

O salário mínimo nacional mais subsidio de almoço. Sim, o SALÁRIO MÍNIMO NACIONAL, 557€, mais um subsidio de almoço que nem se sabe quanto é, mas deve ser uma pechincha.
O que me interrogo é o seguinte? Será que eles pensam que estes programas são dados em todas as faculdades? Será que esta gente tem noção do custo de um daqueles cursos? Ora bem, fazendo uma breve pesquisa fico a saber que o REVIT, por exemplo, pode custar uns 490€ ou 515€, um curso de introdução ao BIM pode ir entre esses preços a 1100€.

Ora, para ter conhecimento naquilo tudo e ser recém-licenciado, ou têm pais ricos ou se andam prostituir. Para quê? Para depois ir receber o ordenado mínimo?

Tenho 25 anos, sou licenciada em Engenharia Civil e prestes a terminar o mestrado, mestrado este que me está a sair suado, pois estou a trabalhar e a estudar ao mesmo tempo. Isto é um desrespeito para quem estudou, para quem pagou os cursos e para a classe dos Engenheiros Civis. Por isso mesmo acho por bem que se saiba destas coisas.

Assim, obviamente, ninguém quer entrar nos cursos de Engenharia Civil, e fazem muito bem, não têm de passar por estas situações.

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Artigo escrito por Vânia Baptista.

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quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Metade dos cursos de Engenharia Civil estão vazios mas continuam abertos. Porquê?

Parece óbvio que manter abertos muitos cursos de engenharia civil que ficam vazios ou com meia dúzia de alunos é prejudicial e não faz qualquer sentido. Os poucos alunos que lá vão parar têm mais a perder do que a ganhar, a qualidade média do ensino nos cursos de engenharia civil vai descendo - e a sua credibilidade também. Isto afeta a curto prazo o ensino da engenharia civil, e a médio prazo o exercício da profissão.

Algumas questões ficam a pairar sobre o assunto. Quantos mais anos com vários cursos de engenharia civil vazios serão necessários para fechar definitivamente esses cursos? A quem interessa mantê-los abertos?
Imagem retirada da capa do Jornal de Notícias de 17 de Setembro

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segunda-feira, 12 de junho de 2017

Revisão de Projeto nas vertentes Durabilidade e Manutenção

A revisão de projeto na construção devia ser uma etapa que devia ser garantida, o que normalmente não acontece. Quem já fez projeto sabe que o tempo e recursos que são disponibilizados para as diferentes fases deste são sempre escassos. Devia existir uma entidade independente, do projetista, dono de obra, fiscalização de obra ou empreiteiro a efetuar essa revisão.

Em 2012 o Renato Carneiro na sua dissertação para obtenção do grau de mestre na FEUP fez uma proposta interessante, em meu ver, de definição do nível de revisão tendo em conta os níveis de complexidade do projeto definidos na Portaria n.º 701-H/2008.

Assim começando pelos níveis de complexidade do projeto temos 4 categorias. Resumindo o definido podemos ter:

- Categoria I: elevado grau de repetição, utilização de tecnologias uso corrente, fácil conceção e execução;
- Categoria II: reduzido grau de repetição, diversas especialidades, sem complexidade, sem condicionantes especiais de conceção e execução;
- Categoria III: Já soluções que não são correntes, com soluções construtivas não convencionais, tendo que por vezes inovar tendo em conta limitações orçamentais;
- Categoria IV: empreitadas especiais, tanto pela sua dimensão como pelas características ambientais em que se inserem, por exemplo com vão acima de 60 metros ou extensão acima dos 400 metros, no caso de pontes ou viadutos.

Assim como base nestas categorias de complexidade das empreitadas a necessidade de revisão também deve ser distinta. Em termos de Revisão de Projeto definiu:

- Nível I (para a Categoria I): onde é efetuada uma avaliação da conformidade mínima, existência de todas peças necessárias e sua coerência;
- Nível II (para a Categoria II): já existe uma verificação da qualidade do projeto, podendo ser validada a solução técnica da proposta, verificação de materiais e localização e implantação da obra (por acaso já me aconteceu numa obra pública quando se estava a implantar a obra não existiam as cotas definidas em projeto num raio de mais de 10km do possível local de implantação…);
- Nível III (para as duas últimas Categorias): deve existir um acompanhamento e validação de todas as fases do projeto, com uma análise exaustiva do projeto podendo ir mesmo à verificação de cálculos.
Da minha experiência estive em duas situações diferentes. Quando estava na fiscalização de obra de conceção-construção, ai a equipa de fiscalização tinha a sua própria equipa de revisão de projeto, em outra empreitada, só de construção, ai o Dono de Obra solicitou uma revisão de projeto por parte de uma entidade externa.

As empreitadas que referi anteriormente eram obras novas com alguma dimensão (custo acima de 10 Milhões Euros), contudo considero até que nas obras de reabilitação que atualmente são mais recorrentes, mesmo que os custos inerentes não sejam tão significativos, a sua complexidade devia impor essa situação. Fica a reflexão.

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Artigo escrito por Susana Lucas do SEIbySusana.

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segunda-feira, 15 de maio de 2017

Financiamento à manutenção em edifícios públicos

Nos últimos anos tenho tido a oportunidade de visitar ou conhecer responsáveis de diversas edifícios (e instalações) públicos. São numa grande maioria instalações que foram construídas nos últimos 20 anos. E o que aconteceu daí para cá em termos de manutenção? Muito pouco… Se falarmos de edifícios que tenham no seu funcionamento equipamentos, os mesmos ainda são mantidos, mas o resto… Não.

Aliás, o que tenho verificado é que nem existem Plano de Manutenção Preventiva (ou mesmo geral). As instalações são mantidas apenas com as garantias funcionais para os equipamentos.

Atualmente em termos de financiamento, o enquadramento geral que existe é para a Reabilitação. De uma pesquisa rápida à presente data no site das candidaturas abertas, neste âmbito, no Portugal 2020 temos:

- Investimentos no património cultural;
- Reabilitação nos bairros sociais (eficiência energética);
- Reabilitação urbana.

Sendo o primeiro muito especifico o tipo de edifício que pode concorrer, fica condicionado. No segundo, tenho curiosidade de saber o volume de candidaturas que vão ser efetuadas. Normalmente neste tipo de candidatura para a eficiência energética existe logo a necessidade de ter certificado energético. A questão que coloco é a capacidade de efetuar este investimento inicial em Bairros Sociais. Por fim a reabilitação urbana.

No meu ponto de vista, tenho muita pena termos que chegar a uma intervenção com vista à reabilitação. Se for um edifício que não se encontra ocupado, ótimo, mas deve existir um número significativo de edifícios que não tiveram manutenção nos últimos anos e estando a ser utilizados, a sua degradação já é considerável, e por isso se enquadram no âmbito da reabilitação.
Fotografias tiradas pela autora em edifícios em funcionamento

Será que para o país (e para a Europa que financia) se existisse um apoio para os edifícios púbicos terem possibilidade de efetuar a sua manutenção, os custos não seriam menores? Não seria melhor termos edifícios públicos que durante a sua vida útil mantivessem as suas características para as funcionalidades previstas? E sim, se existisse a necessidade de melhorar as suas características, como o caso da eficiência energética, pudesse existir também financiamento.

Assim gostava de efetuar um desafio, para existir um financiamento específico para este tipo de intervenção. Será que poderá existir um reajuste das áreas de financiamento e possibilitar que os edifícios públicos tenham capacidade para se manter? Pelos menos que seja efetuado um levantamento das necessidades de manutenção de edifícios (e instalações) públicas para se potenciar um financiamento num próximo quadro comunitário de apoio.

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Artigo escrito por Susana Lucas do SEIbySusana.

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terça-feira, 2 de maio de 2017

"Um dia destes vamos ter défice de engenheiros civis e vamos ter de importá-los"

Esta frase despertou-me a atenção quando me deparei com a notícia do DN sobre os cursos com maior taxa de desemprego atualmente. Os dados da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciências mostram que as engenharias são o segundo curso com mais desempregados inscritos, sendo a Engenharia Civil a que contribui mais para a falta de empregabilidade. Segundo a Ordem dos Engenheiros, este cenário deve-se à crise económica recente e falta de obras públicas.

"Em termos de mercado de trabalho, a esmagadora maioria dos cursos e especialidades não chegam para as encomendas tanto para o mercado interno como externo. A absorção do mercado de trabalho é total; a exceção a este panorama é a Engenharia Civil", explica ao DN o bastonário da Ordem dos Engenheiros, Carlos Mineiro Aires, esclarecendo: "No setor energético, por exemplo, os licenciados não chegam para as encomendas. Ainda recentemente uma empresa alemã (Bosch) não encontrou engenheiros em número suficiente para preencher as 200 vagas de trabalho que oferecia. Há empresas da Noruega, Dinamarca, Bélgica, Reino Unido que fazem regularmente ações de recrutamento de engenheiros por cá. Isto já para não falar daquelas que fixam centros de competência em Portugal. No caso da engenharia civil existe procura sobretudo na Europa, mas também na América do Sul, no Médio Oriente, nos PALOP. Em Portugal, houve um período recente muito negativo, mas a reabilitação urbana e algumas obras públicas vão ajudando a mitigar um pouco a situação."

A qualidade da formação e custo de contratação relativamente baixo comparativamente com outros países são fatores que levam a que os engenheiros civis portugueses tenham a sua oportunidade nos mercados internacionais. Contudo, a diminuição de cursos de Engenharia Civil contrasta com a atual reanimação do mercado interno e levam a lançar o alerta: "Houve uma diminuição de cursos substancial, talvez em demasia. De tal forma que um dia destes vamos ter défice de engenheiros civis e vamos ter de importá-los."- diz o Bastonário da Ordem dos Engenheiros.

Mas estará o mercado da construção em Portugal preparado para receber quem vem de outros países, com condições superiores? Vai este panorama alterar-se com a chegada destes? Por que não mudar o panorama para os que cá estão?
Há quem tenha escolhido a profissão por vocação, há quem tenha escolhido pela oportunidade, pelas estatísticas, mas seja qual tenha sido a opção, há profissionais a trabalhar noutras áreas pelas condições que não lhe são concedidas na engenharia.

Os tempos “gordos” do passado levaram ao declínio da área mas sendo a construção importante para a sociedade em geral, não seria conveniente as associações profissionais adotarem outro tipo de postura perante a nova geração de profissionais e os motivarem para abraçar a Engenharia Civil?

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Artigo escrito por Catarina Vicente.

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quinta-feira, 13 de abril de 2017

Lisboa ainda é dos lisboetas?

Nos últimos anos temos vindo a assistir a um grande crescimento do turismo em Portugal, com especial foco em Lisboa e no Porto. Este facto é visto por todos como positivo, todos gostamos de ver o nosso país projetado lá fora, sendo bem falado e destino de preferência de muitos estrangeiros. Mas o aumento do turismo não é apenas bom para o nosso ego, também se reflete na economia e prova disso é o investimento na reabilitação de edifícios na zona histórica das cidades para criação de hotéis e alojamento local.

Quem nunca, andando pelo centro de Lisboa, se sentiu o único português daquele local, ao ouvir as várias línguas em seu redor? Ouvimos, espanhol, inglês, italiano, francês… Uma imensidão de línguas diferentes faz-nos pensar se estaremos mesmo em Portugal. E quantos de nós não se atrasou a caminho do trabalho ou se fatigou de andar aos empurrões a turistas? Onde estão os lisboetas? As pessoas que moravam no centro da cidade?

Isso eu não sei, mas sei que há medidas a tomar e projetos sociais a realizar. Não podemos pensar apenas na Lisboa para turismo, mas sim na Lisboa para o lisboeta e para os seus migrantes. Para começar, pensar que a sociedade está a envelhecer, por isso devemos orientar a cidade e os edifícios para os idosas, para atividades recreativas e sociais. Devemos ter em conta as pessoas com mobilidade reduzida e enfrentar os desafios que se colocam em muitos dos edifícios a reabilitar que é a adaptação destes para estas pessoas, como por exemplo a impossibilidade de colocação de um elevador ou uma rampa, e tentando realoja-los nos pisos do rés-do-chão. Mas não só são os mais velhos que querem viver na cidade, também os jovens gostariam de ter oportunidade de formar família onde a história se escreveu, por isso, e sabendo que as famílias são agora menores, deve-se pensar na criação de fogos mais pequenos.
Mas como se pode fazer tudo isto se o que dá dinheiro é investir em alojamento local? A reabilitação é cara e apenas sob um investimento rentável, empresas e construtoras apostam na reabilitação no centro das cidades.

Felizmente existem já alguns projetos pensados para classe média-baixa, como por exemplo o programa “Reabilitar para Arrendar – Habitação Acessível”, promovido pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, conta com o apoio financeiro do Banco Europeu de Investimento e do Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa e tem como objetivo o financiamento para reabilitar edifícios de idade igual ou superior a 30 anos e que deverão, maioritariamente, destinar-se à habitação sob um regime de renda condicionada.

Também a Câmara Municipal de Lisboa está de olhos postos para esta problemática e iniciou já com um novo Programa de Arrendamento Acessível que consiste no lançamento de concursos públicos “para celebrar com privados contractos de longo prazo para investirem na reabilitação de imóveis municipais ou para construírem de raiz lotes de casas; o investimento de privados será recuperado pelas rendas contratualizadas de casas que no fim do período da exploração regressam à autarquia” diz Fernando Medina em entrevista à Vida Imobiliária.

Em termos legislativos a criação de uma lei que protege as “Lojas Históricas” será um grande passo positivo para a salvaguarda do património português e do que de mais belo e emblemático temos. Ainda assim há, em Portugal, uma enorme falta de legislação para projetos de reabilitação urbana estando ainda em vigor até 2021 o Regime Jurídico Excecional e Temporário da Reabilitação Urbana (RJETRU), que muito tem dado que falar por isentar, determinadas obras de reabilitação, de uma verificação sísmica.

Respondendo à pergunta inicial, Sim, Lisboa ainda é dos lisboetas e continuará a ser se avançarmos para politicas sociais que preservem o património, as pessoas e o que é característico da nossa terra. Tudo isto pode ser alcançado se engenheiros, arquitetos, técnicos, políticos e a população em geral trabalharem em conjunto em prol de um único objetivo, devolver Lisboa aos lisboetas.

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Artigo escrito por Vânia Baptista.

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quarta-feira, 5 de abril de 2017

Peeling construtivo

A minha primeira perspectiva “real” da construção foi a execução de projetos de especialidades – projeto de águas, esgotos e pluviais, acústica, estabilidade. Não vi muitas obras, não mexi num tijolo, durante anos pensei que os meus projetos eram de fácil leitura. Anos decorridos, (passando uma crise) vejo-me noutra perspectiva da construção, mais “real”, onde agora o tijolo praticamente foi substituído pelo gesso cartonado e onde me deparo com as falhas dos meus projetos, dando o alerta de que estes, provavelmente, não foram inteiramente cumpridos e fazendo-me pensar que a falha tenha sido visto a tempo, por alguém que tinha a experiência mais “real”.

No último trimestre de 2016, o sector da construção apresentou um crescimento de 1.7% tanto em investimento na construção como no resultado final da atividade produtiva do sector comparativamente com os outros meses do ano. O mercado das Obras Públicas revelou crescimentos acentuados quer das obras lançadas a concurso, quer dos contratos celebrados e ao nível do licenciamento de obras particulares as estatísticas mostram resultados positivos de 37% ao longo do ano de 2016. Estes números apontam assim para boas expectativas para o sector da construção, pelo menos durante o ano de 2017.
Chalé das Três Esquinas em Braga

Mas o que estamos a fazer aos nossos edifícios?
Atualmente, a aposta está centrada nas grandes áreas urbanas (Lisboa e Porto principalmente), são feitos grandes investimentos, tanto na compra como na recuperação de edifícios antigos, devolutos, cujo objetivo, na sua grande maioria, será para fins hoteleiros, portanto, o investimento tem que ser recuperado rapidamente, ou seja, os prazos de execução de obra passam a ser cada vez mais apertados, a pressão é maior e os erros são uma consequência que se pode tornar irreversível.

Os projetos são fiáveis? Há uma boa análise destes por parte dos técnicos? Há uma boa leitura destes pelos empreiteiros? A fiscalização da obra é garantida?
Estes edifícios submetem-se portanto a um peeling, ganham uma nova cara, embelezam as cidades, mas o tempo, a velhice, continua dentro deles. O investimento serve para colocar vidas dentro do edifício mas estaremos a cumprir uma das importantes funções da engenharia, a salvaguarda das vidas humanas?

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Artigo escrito por Catarina Vicente.

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sábado, 9 de junho de 2012

Parcerias Público-Privadas - Análise de José Gomes Ferreira

Após a preocupante auditoria do Tribunal de Contas às Parcerias Público-Privadas (PPP), José Gomes Ferreira analisou a situação na SIC e não hesitou em afirmar que existiu um conluio entre os políticos, bancos, construtoras, consultoras e escritórios de advogados no que diz respeito às PPP. Deixamos de seguida um vídeo com a opinião de José Gomes Ferreira sobre um assunto que não deverá ficar por aqui...

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sábado, 23 de abril de 2011

Que mais lhe pode acontecer se for um Engenheiro Civil?

A edição nº363 da Revista Sábado trouxe um artigo principal sobre a crise que atravessa o país onde com 61 perguntas essenciais para se perceber como será a vida em Portugal nos próximos 3 anos. As respostas foram dadas por Pedro Santos Guerreiro, director do Jornal de Negócios. Das 61, destacamos aqui uma, transcrevendo a resposta presente no artigo, que tem a ver muito directamente com uma grande parte dos visitantes do nosso site: Que mais lhe pode acontecer se for um Engenheiro Civil?

É engenheiro numa empresa de construção civil? Por cá, as grandes obras públicas que alimentaram o sector dividem-se em dois grupos: as que já foram suspensas e as que o vão ser. Até porque, afirma a economista Cantiga Esteves, já se percebeu que não servem para nada: "São como os antibióticos, a partir de certo ponto deixam de fazer efeito. Se já há estradas que chegam, vamos fazer mais estradas para quê? As obras não podem ser o motor da economia". Sem obras cá, pode sempre fazer as malas e ir trabalhar no estrangeiro, até porque as maiores empresas portuguesas do sector já têm investimentos fora. Luís Reis, do Hay Group, de recursos humanos, afirma que, serão as pequenas e médias empresas que faziam as subempreitadas a sentir as maiores dificuldades ou a fechar. "Mas não as grandes. E a nível de engenheiros não haverá problemas de colocação, isso sentir-se-á nos segmentos menos especializados".

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