quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Investimento estrangeiro no imobiliário no Porto e Norte superior à média nacional

Ao longo dos anos, o imobiliário português tornou-se num refúgio para investidores e foi ganhando competitividade, tornando-se numa alternativa de investimento a outros ativos financeiros. De acordo com um estudo desenvolvido pela Predibisa, o Porto e a região Norte apresentam taxas de atratividade superiores às que se verificam no Centro e Sul do país. Na última década, a região tem conseguido captar investimento diversificado e de elevado valor, acabando por atrair talento. Esse investimento é notório em setores tradicionais com componentes de inovação, que diferenciam o Porto de outras cidades, com a procura imobiliária alavancada em quatro indicadores: macroeconómicos; talento e competências (know-how), boas infraestruturas e qualidade de vida.

O estudo nota que o Porto tem preços mais baixos, tendo registado nos últimos anos variações em termos de valores; números de operações; investimento estrangeiro; criação de postos de trabalho, bastante superiores à média nacional e particularmente às registadas em Lisboa. Por exemplo, num comparativo das cidades do Porto e de Lisboa, na nova construção o valor de referência por metro quadrado (m2) é de 3.500€ no Porto e em Lisboa fixa-se nos 5.800€/m2. Já a yield bruta média, é de 5,9% no Porto e de 4,6% em Lisboa. Quanto a postos de trabalho gerados por projeto de investimento estrangeiro, no Porto a média é de 115 postos e de 47 na capital.

Estabilidade e resiliência do segmento residencial
De acordo com dados do estudo, na análise à evolução das yields no mercado imobiliário português ao longo da última década, verifica-se uma estabilidade e resiliência do segmento residencial comparativamente aos restantes setores, sem correções abruptas ao longo do tempo, imune inclusive à crise económica verificada no início de 2010. O residencial apresenta uma multiplicidade de fins, desde turísticos (destino de férias), habitação própria permanente (morada habitacional), como residência para estudantes ou habitação partilhada, entre outros. Esta flexibilidade é garantia de uma mais fácil transação, adaptada às necessidades dos novos tempos.

Também a procura de imóveis tem registado nos últimos anos níveis nunca antes vistos em Portugal. Na análise ao total de casas vendidas nos últimos cinco anos, é possível verificar a tendência de crescimento ano após ano, com particular incidência para os grandes centros urbanos (Porto e Lisboa), responsáveis por mais de metade das vendas registadas em Portugal. A elevada procura do setor, dinamizou inicialmente o mercado da capital, tendo-se dissipado posteriormente para a cidade do Porto.

No final do ano passado, as perspetivas delineadas para 2020 eram as melhores, com o mercado a registar taxas de crescimento elevadas. Contudo, em virtude do contexto pandémico, as estimativas atuais apontam para um ano abaixo das previsões, com um desaceleramento nas vendas de habitações. Ainda assim, os especialistas do setor preveem que ultrapassada a pandemia seja retomado o ritmo e a tendência de crescimento registada nos últimos anos.

Segundo João Nuno Magalhães, diretor-geral da Predibisa, “Nos últimos anos, o Porto tornou-se ponto de atração para o investimento internacional. Falamos de uma região cada vez mais conhecida como destino para a instalação de empresas com serviços de valor acrescentado, uma vez que os seus argumentos são fortíssimos para este tipo de ocupantes. Além dos custos competitivos do imobiliário, há ainda uma força de trabalho altamente qualificada, um ecossistema académico e de Investigação & Desenvolvimento (I&D) muito forte, um clima mediterrâneo e um custo de vida acessível, tudo isto num país que é considerado um dos mais seguros do mundo. Tem sido percetível na última década que esta realidade da região do Grande Porto é muito mais apelativa para a maioria das empresas do que noutros destinos europeus concorrentes. O responsável acrescenta que “ainda que esta crise seja diferente de todas as anteriores, o imobiliário é e continuará a ser um refúgio para os investidores e isso não vai mudar”.










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