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sexta-feira, 29 de março de 2019

Paulo Lourenço recebe três milhões para reinventar engenharia sísmica

Foi atribuída a Paulo Lourenço, professor catedrático do Departamento de Engenharia Civil da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, uma bolsa de 3 milhões de euros do Conselho Europeu de Investigação (ERC) para desenvolver uma abordagem inovadora para a avaliação da segurança do património construído com valor histórico, quando submetido a sismos. Este método vai ser desenvolvido nos próximos 5 anos, sendo uma parte da bolsa aplicada na construção de uma nova infraestrutura laboratorial, em Guimarães, que replique os sismos que ocorrem na Terra.

Em declarações à TSF Paulo Lourenço disse que "temos uma infraestrutura excelente no Laboratório Nacional de Engenharia Civil [LNEC], que usamos muito e esta nova será uma infraestrutura para o norte do país, mais pequena mas com equipamento único ao nível do controlo e da observação dos danos. Vai estar a trabalhar quatro anos seguidos a replicar sismos, o que nos dará um manancial de informação experimental que não existe, é totalmente novo".

"Vamos pegar na informação [produzida na nova infraestrutura] e combiná-la com ferramentas de simulação computacional, ferramentas analíticas, que já existem mas que vão ser validadas a outro nível, e acopladas com formulações matemáticas que tentam incluir o regime caótico deste género de estruturas", acrescentou.

Recorde-se que em 2011 Paulo Lourenço venceu o prémio John B. Scalzi.

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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Um achado em obra: jornais aplicados como camada de separação

Durante a demolição de uma obra encontrámos, entre o soalho de madeira e o pavimento vinílico de uma cozinha antiga, jornais que datavam de 1969, 1973, 1974 e até 1985. Hoje utilizaríamos películas de isolamento em poliestireno ou outro material a 1€/m2, eles utilizaram jornais velhos, amontoados num armário qualquer que custaram 1$00 cada.

Numa altura em que Portugal tem sido alvo de vários sismos, felizmente de fraca intensidade, partilho imagem da página 7 do DN de 3-3-1969, onde vinha a notícia do sismo que abalou o algarve e fez tremendos estragos e vários desalojados.

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Artigo escrito por Catarina Vicente.

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quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Sismos em Portugal

Numa entrevista à RTP, o professor doutor Mário Lopes, investigador no Instituto Superior Técnico (IST), especialista em engenharia sísmica, afirma que passou 14 anos confrontando os políticos com a necessidade de se implementar novas medidas ao nível da construção sísmica e alterar a legislação a esse nível mas foi um esforço infrutuoso, a maior parte das vezes os projetos nem sequer chegavam às entidades superiores ou não chegavam a ser aplicados.

A lei 32/2012 diz que numa obra de reabilitação urbana não é preciso respeitar a legislação posterior à construção original, ou seja, para qualquer edifício cuja construção original seja anterior a 1958, como a legislação tinha grau zero de exigência de proteção sísmica, pode continuar a ser zero. Em 1988, a Comissão Europeia desenvolveu regulamentos a aplicar na Europa, entre os quais, o regulamento da atividade sísmica adotado em Portugal. Até hoje, o regulamento continua em vigor, contrariamente à Grécia e à Itália que procederam a sua atualização.
Sem regulamentos atualizados, sem fiscalização da construção “faz com que só trabalhe bem quem tem consciência e competência para o fazer. Se não tem pode aldrabar o projeto que não há consequências nenhumas até vir o sismo. A consequência é que nós temos de tudo: construções boas de primeiro mundo e, ao lado, pode ter um edifício igual, mas que é um baralho de cartas que se desfaz com o primeiro abanão.”

Não havendo grandes desenvolvimentos na luta do Dr. Mário Lopes, este optou por tomar uma atitude passiva, partilhando o seu conhecimento aos seus alunos, em palestras e em projetos de investigação com o intuito de que haja uma mudança no futuro.
Desta atitude nasceu o projeto Knowrisk que se trata de um programa financiado pela União Europeia e que tem como objetivo principal difundir informação para os cidadãos sobre as matérias relacionadas com os sismos. Será criado um portefólio e um guia de procedimentos com um conjunto de instruções para ajudar as pessoas a identificar os riscos e algumas medidas simples e baratas para reduzir esses riscos, pois basta um sismo mediano para que, mesmo numa boa construção, os perigos relacionados com o recheio dos edifícios, possam causar não só danos económicos como também danos humanos.

O professor do IST, deixa o alerta dizendo que “As últimas grandes catástrofes têm estado afastadas daqui. Mas temos a certeza absoluta que a sorte não dura para sempre.”

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Artigo escrito por Catarina Vicente.

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quarta-feira, 14 de junho de 2017

Governo pretende obrigar a verificação e reforço sísmico na reabilitação

No passado dia 8 de Junho realizou-se um seminário organizado pela Ordem dos Arquitetos sobre o tema “A Realidade da Reabilitação Sísmica do Parque Edificado”. Neste evento esteve presente o Secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes, que afirmou, segundo a revista Vida Imobiliária, que o Governo quer elaborar uma nova legislação sobre segurança sísmica até ao final do ano.

Este tema tem vindo a ser debatido em vários seminários e congressos, nomeadamente no II Seminário sobre Revitalização Urbana com o tema “Reforço Sísmico nos Edifícios” e que se realizou no dia 23 de Maio, e uma semana depois, no IV Congresso da Ordem dos Engenheiros Técnicos. Uma das maiores preocupações demonstradas é a falta de legislação existente sobre o assunto, existindo apenas o Decreto-Lei nº 53/2014, de 08 de Abril conhecido como Regime Excecional para a Reabilitação Urbana, no qual o Artigo 9º gera bastante indignação pela maior parte dos engenheiros, pois não obriga a qualquer verificação estrutural numa reabilitação, deixando ao critério de cada um proceder como bem entender. O Artigo diz: “As intervenções em edifícios existentes não podem diminuir as condições de segurança e de salubridade da edificação nem a segurança estrutural e sísmica do edifício.”

O Secretário de Estado refere que, durante “um boom da reabilitação” acredita que “é mais do que oportuno, é necessário, é obrigatório” a clarificação destas regras e que “estamos a trabalhar para que consigamos, até ao final do ano, ter o decreto-lei aprovado”.
Mário Lopes, professor do Instituto Superior Técnico, esteve presente nas 3 sessões aqui mencionadas, tem vindo a desenvolver grandes esforços desde há mais de 18 anos para a sensibilização dos governantes e população para a possível ocorrência de sismos em Portugal e para o facto do património edificado não estar a ser reabilitado da melhor forma.

Tem-se assistido a reabilitações do tipo “Pilling”, onde se estabelece beleza e conforto, mas esquece-se da segurança estrutural. Para além disso, muitas intervenções degradam ainda mais a estrutura existente. Caso disso são, por exemplo, os edifícios pombalinos em que se retiram os pilares dos pisos do Rés-do-Chão para colocação de montras, acrescentam-se pisos, e por vezes destroem a estrutura da gaiola pombalina, retirando-lhe elementos ou cortando parte destes. O professor Mário Lopes refere que “é intolerável que se façam coisas deste tipo com a conivência das autoridades”.
Mário Lopes defende ainda que se deve sensibilizar as pessoas para a necessidade da segurança estrutural e do reforço sísmico para que estas sintam a obrigação de proceder a ela aquando de uma intervenção nas suas próprias habitações e para que não seja uma surpresa quando a legislação o obrigar. Refere-se ainda que o custo associado a este tipo de intervenção representa cerca de 12 a 33% do valor total da obra.

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Artigo escrito por Vânia Baptista.

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segunda-feira, 22 de maio de 2017

II Seminário sobre Revitalização Urbana – Reforço Sísmico nos Edifícios

A Ordem dos Engenheiros Técnicos, em parceria com o Instituto Politécnico de Tomar e a Direção do Convento de Cristo realizam a 2ª edição de Seminários sobre Revitalização Urbana com o tema “ Reforço sísmico nos edifícios”. Este seminário terá lugar em Tomar, nas instalações do Instituto Politécnico de Tomar e no Convento de Cristo, no próximo dia 23 de maio e tem como objetivo criar um sistema interativo, eficaz e sustentado, envolvendo diversas entidades e personalidades de relevância nas áreas em discussão. O programa tem como subtemas “O risco sísmico em Portugal”, “A importância e os métodos da reabilitação sísmica”, “Os edifícios públicos e a vulnerabilidade aos sismos” e em Mesa Redonda será debatido “O risco sísmico e a situação atual em Portugal”.

Numa entrevista à RTP, o professor doutor Mário Lopes, investigador no Instituto Superior Técnico (IST), especialista em engenharia sísmica e um dos oradores esperados neste seminário, afirma que passou 14 anos confrontando os políticos com a necessidade de se implementar novas medidas ao nível da construção sísmica e alterar a legislação a esse nível mas foi um esforço infrutuoso, a maior parte das vezes os projetos nem sequer chegavam às entidades superiores ou não chegavam a ser aplicados.

A lei 32/2012 diz que numa obra de reabilitação urbana não é preciso respeitar a legislação posterior à construção original, ou seja, para qualquer edifício cuja construção original seja anterior a 1958, como a legislação tinha grau zero de exigência de proteção sísmica, pode continuar a ser zero. Em 1988, a Comissão Europeia desenvolveu regulamentos a aplicar na Europa, entre os quais, o regulamento da atividade sísmica adotado em Portugal. Até hoje, o regulamento continua em vigor, contrariamente à Grécia e à Itália que procederam a sua atualização.
Sem regulamentos atualizados, sem fiscalização da construção “faz com que só trabalhe bem quem tem consciência e competência para o fazer. Se não tem pode aldrabar o projeto que não há consequências nenhumas até vir o sismo. A consequência é que nós temos de tudo: construções boas de primeiro mundo e, ao lado, pode ter um edifício igual, mas que é um baralho de cartas que se desfaz com o primeiro abanão.”

Não havendo grandes desenvolvimentos na luta do Dr. Mário Lopes, este optou por tomar uma atitude passiva, partilhando o seu conhecimento aos seus alunos, em palestras e em projetos de investigação com o intuito de que haja uma mudança no futuro.

Desta atitude nasceu o projeto Knowrisk que se trata de um programa financiado pela União Europeia e que tem como objetivo principal difundir informação para os cidadãos sobre as matérias relacionadas com os sismos. Será criado um portefólio e um guia de procedimentos com um conjunto de instruções para ajudar as pessoas a identificar os riscos e algumas medidas simples e baratas para reduzir esses riscos, pois basta um sismo mediano para que, mesmo numa boa construção, os perigos relacionados com o recheio dos edifícios, possam causar não só danos económicos como também danos humanos.

O professor do IST, deixa o alerta dizendo que “As últimas grandes catástrofes têm estado afastadas daqui. Mas temos a certeza absoluta que a sorte não dura para sempre.”

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Artigo escrito por Catarina Vicente.

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terça-feira, 5 de novembro de 2013

Túnel Marmaray liga Europa à Ásia

A Turquia inaugurou recentemente o túnel ferroviário que une a Ásia e a Europa, construído debaixo do estreito do Bósforo e ligando os lados europeu e asiático da cidade. O túnel Marmaray tem uma extensão de 13,3 km, sendo 1.387 metros submersos sob o estreito do Bósforo. A construção deste túnel durou 9 anos, tendo a obra custado 3 mil milhões de euros. Inicialmente estava previsto que a construção durasse 4 anos, mas a descoberta de uma série de tesouros arqueológicos atrasou significativamente a construção.

Pelo facto de o túnel Marmaray ficar a menos de 20 km de distância de uma falha sísmica onde os cientistas calculam existir 68% de probabilidade de que se venha a registar um sismo de magnitude 7 ou superior nos próximos 30 anos, este foi construído recorrendo a uma tecnologia japonesa resistente a sismos (que permite aos arranha-céus tremer sem quebrar).

Veja de seguida algumas imagens da construção do túnel Marmaray:
Fica aqui também uma infografia feita pelo Dinheiro Vivo e que explica bem alguns pontos fundamentais da construção do túnel Marmaray:

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terça-feira, 15 de março de 2011

E se o tsunami do Japão tivesse acontecido em Portugal?

Nos últimos dias temos acompanhado a tragédia que se abateu sobre o Japão após este país ter sido atingido por um violento tsunami. O número de mortos já vai em milhares e não se sabe em que valores parará a contagem. Na retina ficam as imagens da água a varrer tudo o que lhe aparecia à frente, inclusive alguns edifícios. E se isto aconteceu assim no Japão, reconhecidamente um país preparado para estes acontecimentos, como seria em Portugal? A propósito disso publicamos a seguir um excerto de uma entrevista que o Professor Catedrático Raimundo Delgado da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, especialista em engenharia sísmica, deu ao JN.

Em Portugal, há alguma possibilidade de vir a se registar um sismo tão forte?

Sim, claro. Aliás, acredita-se que o sismo de 1755 terá tido uma magnitude da mesma ordem do que se registou hoje no Japão.

E as consequências, seriam as mesmas?

Provavelmente, seriam mais graves. O Japão tem sismos com mais regularidade e estão preparados para pensar e responder a estas questões. Têm uma forma mais organizada para lidar nestas situações. Repare que o sismo acontece e eles pegam logo no kit de sobrevivência e sabem todos muito bem o que têm de fazer, já estão preparados.

E as nossas construções, resistiriam a um abalo tão forte?

Bom, as nossas construções também não têm razão para não se comportarem bem se os projectos forem realizados de acordo com os regulamentos.

Mas desde quando as construções estão preparadas?

Desde a década de 80. No regulamento datado de meados da década de 60, já havia prescrições para as construções, muito embora a zona Norte não fosse considerada, devido à fraca actividade sísmica na região. Só com o regulamento de 1984 é que se passou a incluir, para todo o Portugal, os modernos processos de dimensionamento sísmico. Então, a partir dessa data, não há razão para que as construções não resistam da mesma forma que resistem no Japão. A filosofia de dimensionamento é a mesma.

Pela sua resposta, deduzo que há alguma desconfiança que tal esteja a acontecer...

Não temos grandes mecanismos de certificação de projectos, que ficam apenas assentes na responsabilidade do projectista, mas nenhuma entidade verifica se os projectos cumprem ou não com o regulamento. Em relação à resistência sísmica, os projectos têm de ser verificados, nem que seja aleatoriamente.

E não é suposto haver fiscalização?

Não tenho a certeza de que haja uma fiscalização adequada por parte dos donos das obras e das entidades públicas no sentido de verificar se os projectos correspondem aos que foram entregues nas câmaras. Hoje, há maior preocupação por parte das empresas construtoras em fazer as coisas bem feitas. Quanto aos projectos, já não tenho tanto a certeza. Os projectos são feitos com base em cálculo automático e os projectistas podem não estar a dominar alguns aspectos no contexto da sismicidade.

Fonte: Jornal de Notícias

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