terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Renováveis representaram 47,7% da produção de eletricidade nacional em janeiro

A APREN revela que no primeiro mês de 2018, as centrais renováveis representaram 47,7 % do total da produção de eletricidade de Portugal Continental e destaca a eólica (27,6%) como a tecnologia renovável que mais eletricidade gerou neste período. O pico de produção renovável ocorreu no dia 28 de janeiro, às 20:15, quando as centrais renováveis de Portugal Continental produziram 6.566 MW (94 % do consumo elétrico de Portugal Continental).

Em janeiro é ainda de destacar um ligeiro aumento, em termos homólogos, do consumo elétrico de Portugal Continental de 0,3 % (1,2 % com a correção da temperatura e de dias úteis). Em relação às trocas de eletricidade com Espanha o saldo do mês foi exportador de 25 GWh, resultante da exportação de 365 GWh e da importação de 340 GWh, um dado que revela a existência de vários períodos de exportação elétrica, o que demonstra que as ofertas das centrais nacionais, em mercado, foram mais competitivas que as congéneres espanholas. O pico de exportação ocorreu no dia 8 de janeiro pelas 6:15, e atingiu o valor de 3.384 MW.

No período analisado, verificou-se ainda que o valor médio do mercado da eletricidade foi de 51,63 €/MWh, para uma representação de 47,7 % de renováveis no total da produção de Portugal Continental. Por oposição, em janeiro de 2016, tinha-se verificado um valor médio do mercado da eletricidade de 36,39 €/MWh, para uma maior quota de renováveis que atingiu 70,2 % no total da produção de janeiro de 2017.

Os números agora revelados pela Associação que representa o setor da eletricidade renovável colocam em evidência a correlação entre o preço da eletricidade e a produção elétrica de origem renovável. Isto é, quanto maior for o peso da produção renovável, menor será o preço da eletricidade em mercado.

Em janeiro, continuou a verificar-se a predominância das fontes fósseis, no abastecimento das necessidades elétricas nacionais, à semelhança do que se passou em grande parte de 2017. Porém, é de destacar pela positiva a elevada taxa de produção elétrica das centrais eólicas, que atingiram um fator de carga que ronda os 35 %. É ainda relevante mencionar que neste mês as centrais eólicas de Portugal Continental geraram, por si só, mais eletricidade do que o global das centrais a gás natural.

REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES
Na região autónoma dos Açores, o mix elétrico de 2017 foi marcado por uma predominância das fontes fósseis (63,4 % da produção, equivalente a 509 GWh). A eletricidade de origem renovável correspondeu a 36,6 % ( 281 GWh) da produção, sendo que a tecnologia dominante foi a geotermia, gerando 24 % do total do mix açoriano, o que representa um acréscimo de 41 GWh em relação a 2016.

Tal acréscimo da produção elétrica gerada nas centrais geotérmicas deveu-se, principalmente, à entrada em funcionamento da central geotérmica do Pico Alto, em agosto, localizada na ilha Terceira. Esta central tem uma potência de 4,5 MW e prevê-se que venha a suprir, só por si, 10 % das necessidades elétricas da ilha Terceira em 2018.

Em 2017, no sistema electroprodutor açoriano, ainda se destaca a continuação da fase de testes do projeto Younicos, que ambiciona reduzir a produção elétrica de origem fóssil da ilha Graciosa. Este projeto envolve uma gestão otimizada da energia elétrica gerada por uma central eólica de 4,5 MW e uma central fotovoltaica com 1 MW por via de um sistema de baterias ião-lítio de 4 MW. Atualmente o consumo elétrico da ilha Graciosa é abastecido na sua totalidade por uma central térmica a gasóleo de 4,7 MW.

REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA
No mix de produção elétrico da Região Autónoma da Madeira, de 2017, as tecnologias fósseis contribuíram com 71% (624 GWh) e as renováveis 29 % (254 GWh), destacando-se nesta última a eólica que representou 10,1%, seguida da hídrica. A tecnologia solar fotovoltaica e os resíduos sólidos urbanos tiveram um peso de 5,4 % e 3,8 %, respetivamente, na produção de eletricidade da região.

Os dados revelados pela APREN traduzem uma ligeira redução do recurso renovável, perto de 2%, em relação a 2016, tendo a maior redução ocorrido na tecnologia hídrica, cerca de 19%, entre 2016 e 2017. Em 2016 as centrais hídricas do arquipélago geraram 105 GWh, enquanto em 2017 a hídrica gerou apenas 85 GWh.










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