terça-feira, 11 de junho de 2013

Brasil reconhece cursos de engenharia e arquitectura portugueses?

Apesar de hoje ser notícia um pouco por todo o lado a revelação do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, de que os cursos de engenharia e arquitectura portugueses vão passar a ser reconhecidos no Brasil, apresentamos o título deste artigo sob a forma de interrogação porque este filme já foi visto antes, com os resultados que se sabe. Relembre-se que após ter sido dado como certo (e inclusive assinado) o acordo para o reconhecimento profissional dos engenheiros portugueses no Brasil, a Confea voltou atrás com a sua palavra e desistiu desse acordo.

Paulo Portas disse que "Nós tínhamos um problema, engenheiros portugueses muito qualificados que não conseguiam exercer a sua profissão no Brasil. Qual era a razão? O reconhecimento do seu título académico. (...) O título académico está reconhecido, com regras. Não há razão para que os títulos não sejam reconhecidos e a possibilidade de exercício profissional não seja reconhecida".

O que não foi dito por Paulo Portas, nem está a ser referido nas notícias, é o lugar que a Confea e a Ordem dos Engenheiros ocupam neste acordo. Se estas organizações estiverem de fora deste acordo entre Portugal e o Brasil, então todo este burburinho que hoje se gerou pode significar pouco mais que nada.
Se já houve acordos assinados que não foram respeitados, será assim tão decisivo este acordo para reconhecimento dos cursos de engenharia e arquitectura portugueses no Brasil? E o reconhecimento profissional, onde é que fica no meio disto tudo?

Deixe-nos a sua opinião sobre este assunto.










5 Comentários:

Anónimo disse...

O que não foi dito pelos órgãos de comunicação social e pelo ministério dos negócios estrangeiros é que este acordo decorre de uma acordo prévio entre a CRUP e universidades federais brasileiras e que por consequente só as universidades listadas na CRUP usufruem deste entendimento (Vamos a ver se efectivamente porque a CREA pode embirrar com alguns documentos, ex: exigência de vistos permanentes..), ou seja demais universidades e politécnicos estão automaticamente excluídos deste protocolo !!! Há que ler por entre as linhas...

Unknown disse...

Na questão dos Engenheiros, julgo que o CREA (organismo autónome equivalente à Ordem dos Engenheiros Portugueses) tem muito a dizer sobre isso, já agora em relação aos arquitectos, há que ter em conta que o curso no Brasil tem 5 anos e em Portugal 3, no Brasil este curso tem o foco em Arquitectura e Urbanismo e em Portugal é só Arquitectura, só ai há certamente uma boa diferença, vamos aguardar para ver.

Anónimo disse...

Acho que o Confea tem que cancelar este acordo, não temos obrigação nenhuma com profissionais estrangeiros, temos que proteger o nosso mercado para os brasileiros. Quem tem que criar postos de trabalhos para os tugas é Portugal não o Brasil. Porque quando terminar as obras da copa e das olimpíadas os nossos engenheiros que atualmente esta trabalhando nelas ficaram disponíveis e eles são nossa prioridade e não os estrangeiros.Temos que pensar no momento apenas em nós. Acho que o Brasil não tem que cumprir este acordo não que no momento só é interessante para Portugal.Como diz o ditado cada qual com seus problemas.

Anónimo disse...

Gostaria de saber da parte dos Portugueses, se fosse ao contrário, a abertura do vosso mercado para engenheiros e Arquitetos Brasileiros, aonde uma grande massa de Engenheiros formados e por formar competindo com o escasso emprego nestas áreas?
Está acontecendo de novo o que aconteceu nas migrações Portuguesas em relação á Africa e Brasil, num momento de escassez aventuram-se para outras regiões para sugar o que é dos outros,e, ainda por cima agem e pensam como se fosse deles por direito.

Anónimo disse...

Eu já vivi no Brasil, em São Paulo, e posso afirmar com toda a certeza que: O Brasil inteiro pode absorver todos os Engenheiros Civis Portugueses e mesmo assim não chegam para a quantidade de trabalho existente e que ainda é necessário fazer.
Sim, porque o Brasil não é só São Paulo, Rio, Minas, Brasilia, e as restantes capitais de Estado! E o que se passa no Brasil é que não são estas cidades que estão a crescer, a pesar de em todas elas ainda faltarem muitas obras publicas a realizar mesmo em São Paulo!

O Problema do Brasil é que é um país onde no interior faltam estruturas habitacionais, rodoviárias, escolares, sanitárias. E o interior do Brasil é ENORME, e a maior parte das faculdades de Engenharia Civil estão em São Paulo, ou nas capitais de Estado. Mesmo assim estes formandos não chegam para a quantidade de trabalho existente e nem pensam sequer em sair destas cidades, para ir trabalhar no interior.

Em São Paulo existem Eng. Navais, Mecânicos,... a fazer trabalho de Eng. Civil! E mesmo assim não chegam, contratam-se estudantes a partir do 3º ano para serem estagiários e receberem 1/3 do que um engenheiro civil pleno recebe!
Por isso existem imensas empresas e engenheiros Portugueses a trabalhar no Brasil, principalmente no Nordeste! Mas também de outras nacionalidades.

Mas o principal problema do Brasil, é a resistência que tem em criar investimento privado/publico e também em receber os estrangeiros!

Por um lado temos um Brasil com um potencial de crescimento enorme, mas em que os próprios Brasileiros resistem em investir! Só investem naquilo que dá lucro rápido! Não se investe a longo prazo!
Por isso se tanto fala que no final da Copa e Olimpíadas não há mais construção! Eu acredito, por causa desta mentalidade!

Quanto a estes acordos, são difíceis de se realizar por causa da resistência dos Brasileiros em receber estrangeiros, não são só Portugueses existem outras nacionalidades!
É estranho e muitos devem até ficar admirados. Visto que o Brasil é um país, desde a sua formação, feito de historias de estrangeiros que vieram viver/trabalhar no Brasil. E por isso a sua maioria são descendentes de estrangeiros até à poucas gerações, 2 ou 3!

Por isso é muito difícil entrar no mercado de trabalho Brasileiro! Esqueçam inscrições em CREA's, se tiverem uma cunha para entrar numa empresa já é o caminho todo para entrar, senão...

Para os arquitecto ainda é mais difícil, já que existem jovens arquitectos Brasileiros a trabalharem como moço de recados e a servir cafés...

Esta é a realidade em São Paulo.

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