quinta-feira, 31 de maio de 2012

A internacionalização é a solução para a crise do sector da construção?

O sector da construção em Portugal atravessa uma crise sem precedentes, com centenas de empresas a entrar em insolvência ou falência todos os dias, e as que se aguentam só a muito custo o conseguem fazer. O panorama futuro não augura melhoras visíveis. Perante isto o que dizem os responsáveis do nosso país e de grande parte das associações profissionais e empresariais? Internacionalização, internacionalização e mais internacionalização! Será esta a solução? Parece óbvio, mas se pensarmos bem, não é.

Primeiro porque se pensarmos bem, se todo, ou quase todo, o sector da construção fosse para fora, e se de caminho fossem os familiares próximos correspondentes também, o país levaria um rombo descomunal no número de população.

Segundo porque as empresas portuguesas, actualmente fortemente internacionalizadas, apesar de terem muito trabalho no estrangeiro, nunca teriam trabalho para absorver o sector todo que está a ruir em Portugal.

Terceiro porque muitos países colocam entraves à presença de mão-de-obra estrangeira, pelo que muitas vezes a actividade internacional das nossas empresas se resume ao abrir de oportunidades para os quadros técnicos e superiores, não mais que isso.

Quarto porque apesar de tudo, não se pode exigir ou esperar que toda gente esteja disponível para emigrar e deixar uma vida para trás.

Claro que se as oportunidades não existem, muitas vezes é preciso ir atrás delas. O que aqui se quer dizer é que não é aceitável que pessoas de responsabilidade passem a vida a apontar a internacionalização como solução para a crise na construção, sem nunca esboçarem soluções para a crise "dentro de portas". Parece que querem ignorar que a internacionalização das empresas só resolve o problema de uma pequena parte do sector da construção.

A ideia que fica no ar é que pensar em soluções viáveis dá muito trabalho e então é preferível servir de papagaio e repetir o que já toda gente ouviu da boca dos outros. De "responsáveis" assim o sector da construção em Portugal não precisa… Mais valia internacionaliza-los!










4 Comentários:

Anónimo disse...

Excelente crónica!
Sublinho tudo o que foi escrito.

Rui disse...

Então qual é a solução?
Fiquei na mesma...
Dizer verdades de La Palice é fácil

Marco disse...

A solução é trabalhar como deve ser e não fazer má figura seja em Portugal, seja outdoors. Ler os contractos que assinam e saber ao que vão e os requesitos para tal ser feito.

Por exemplo a empresa onde estou de momento não estava preparada para lidar com os requesitos do cliente nem do projectista, agravado por pessoal da direcção de obra que simplesmente se está nas tintas para a apresentação dos trabalhos. O que causa muito má impressão ao cliente, uma multinacional digna desse nome, e o faz dizer "trabalhar connosco nunca mais".

Por isso é que muitas empresas portuguesas se dão mal no estrangeiro ... estão acostumadas a trabalhar às 3 pancadas em Portugal, quando é pedido que façam as coisas em condições ... caput.

francis disse...

Marco tens razão, mas não é caput mas sim KAPUT.....

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