terça-feira, 3 de abril de 2018

As habitações da crise

Tenho efetuado trabalhos para uma entidade bancária que me leva a visitar diversas habitações que são entregues aos bancos. Usualmente foram construídas, ou iniciada a construção, por volta de 2008, e por volta de 2010, 2011 existiu falência das empresas de construção ou mesmo dos proprietários.

Temos edifícios, casas ou mesmo loteamentos, semi-construídos, com algum vandalismo, ou mesmo completamente. Já passei por uma moradia de cerca de 400 m2, com piscina, que tinha sido tudo retirado: portas, armários, loiças sanitárias, janelas, pedra da lareira, apenas a banheira de hidromassagem (talvez pelo peso) tinha escapado.

Moradias que quase concluídas, apresentam já um estado de degradação avançado, ou por infiltrações de água, ou subida de água pela zona da garagem.

Tive igualmente de passar por um loteamento de diversos apartamentos/moradias que apenas um tinha sido vendido e os restantes estavam semi-acabados. As zonas exteriores sem manutenção e a degradação já visível.

O último foi um prédio, que também tinha sido vendido apenas um apartamento. A degradação já era notória. O prédio estava incluído no âmbito de um loteamento em que alguns prédios tinham sido construídos e outros não… E agora?
Não sei como as entidades bancárias vão resolver estas questões. Foram empréstimos com certeza em valores que o que lá está neste momento não vale e as necessidades de intervenção são por vezes tão elevadas que não sei se compensa técnica e financeiramente.

Foi uma época de construção desenfreada, com investimentos avultados que levaram a esta situação um pouco por todo o País. Espero que seja uma lição para o nosso futuro: sermos mais sustentáveis na opção da construção nova em detrimento da reabilitação do património edificado.

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Artigo escrito por Susana Lucas do SEIbySusana.










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