segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Perfis de engenharia civil e as tendências de evolução

Estando em avaliação o mestrado em Engenharia Civil, neste caso, do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), onde leciono gostava de efetuar uma reflexão sobre quais serão as tendências de evolução…

Durante alguns anos, talvez antes de Bolonha, existiam os perfis de Edificações, Estruturas, Vias de Comunicação e Hidráulica. Onde tirei a licenciatura a distribuição era igualmente numa escala descendente de procura por parte dos alunos pela sequência apresentada, sendo cerca de 40%, 30%, 20%, 10% a distribuição de alunos.

Nos últimos anos tem existido uma diminuição bastante significativa de alunos na área, estando atualmente no IPS os perfis de Construção e Estruturas.

Estando a refletir sobre a evolução dos perfis, gostava de partilhar a minha perspetiva para Portugal. Considero que a Construção em si, sempre existirá sendo que a grande parte que acontecesse atualmente está mais relacionada com a Reabilitação. Não sei se vamos continuar nesta perspetiva, se sempre vão avançar novos grandes projetos que necessitem de novas competências…

Os grandes projetos estão relacionados com Vias de Comunicação, sendo que sendo um perfil atualmente pouco usual se tivesse mais relacionado com a Mobilidade Sustentável, tanto em voga atualmente, talvez pudesse ter mais interessados.

Considero que a Reabilitação vai ser uma necessidade nos próximos anos, talvez mesmo se torne uma necessidade contínua, dado o elevado parque edificado que temos em condições para o efeito… Aliás considero que em termos do perfil de estruturas o mesmo devia ter um foco no reforço estrutural, no âmbito da Reabilitação, em especial sísmico!
No meu ponto de vista, julgo que devia existir um perfil mais relacionado com a Manutenção e Eficiência dos Edifícios, instalações e afins. Quando falamos destes conceitos estamos sempre a relacionar com outras áreas de Engenharia relativas aos equipamentos, mas considero, que as estruturas físicas existentes deviam ter igualmente manutenção, dado a sua vida útil ser perspetivada para um período mesmo superior aos equipamentos. A questão da eficiência está igualmente relacionada com a estrutura física.

A Hidráulica, sempre foi no meu ver considerado “o parente mais pobre”. Contudo tivemos grandes obras na área, que continuam a existir, e usualmente muita dificuldade em ter profissionais na área. Bem como não nos podemos esquecer do potencial marítimo do nosso Pais. Temos uma área costeira muito significativa, bem como área marítima. Outro aspeto é a carência de água potável que estamos a atravessar, não será que esta situação vai ser cada vez mais recorrente? Porque não a Hidráulica Sustentável... Não devíamos ir por aí?

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Artigo escrito por Susana Lucas do SEIbySusana.










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