quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Entrevista de Pedro Gonçalves do Fundo Vallis ao Público

Pedro Gonçalves, ex-presidente da Soares da Costa e actual presidente do Fundo Vallis, deu uma entrevista ao Público na sequência da compra da MonteAdriano e da Hagen onde abordou alguns assuntos muito pertinentes para o sector da construção na actualidade. Nesta entrevista Pedro Gonçalves aborda os possíveis despedimentos da Edifer, MonteAdriano e Hagen, as três empresas constituintes do fundo por ele liderado, os objectivos a cumprir pelo Fundo Vallis, assim como a possibilidade de comprar mais empresas. De seguida abordamos alguns pontos da entrevista, deixando no fim o link para a mesma.

Compra da MonteAdriano e da Hagen

Segundo Pedro Gonçalves os casos das duas empresas são diferentes. Na MonteAdriano "houve a consciência de que, para manter uma dinâmica de crescimento e de internacionalização, se tornava imprescindível encontrar massa crítica por força de parcerias, de alianças ou de um projecto mais alargado. Os accionistas da família Monte entenderam que, no ciclo em que a empresa se encontrava, não haveria condições para manter uma lógica de continuidade isolada". No caso da Hagen a empresa "sentiu que os seus recursos só poderiam ser utilizados e as suas dívidas só poderiam ser satisfeitas se passasse a fazer parte de uma realidade onde pudesse ter mais força no mercado internacional. Ou seja, foi uma necessidade mais imposta por esta abrupta viragem no mercado nacional". A grande parte da dívida destas duas empresas era à banca.

O futuro das empresas do Fundo Vallis

O presidente do fundo revela que num destes dias uma nova marca de referência surgirá e que essa empresa de construção não se chamará Vallis. Afirma também que, "para já, haverá uma primeira fase de integração de áreas, sobretudo de apoio e backoffice, mas também a nível de estrutura comercial e de produção. Não faz sentido que as empresas continuem a aparecer isoladamente e em concorrência nos concursos. Teremos de identificar qual terá as valências mais adequadas para cada tipo de obra". Acerca das marcas Edifer, MonteAdriano e Hagen Pedro Gonçalves deixa no ar a ideia de que não irão desaparecer, mas diz também que "vamos criar uma marca comum, que seja o aglutinador de uma nova cultura, não que queiramos rejeitar as culturas que há em cada um dos grupos. Esse é um dos maiores desafios com que nos deparamos".

A inevitabilidade dos despedimentos nas três empresas do fundo

Pedro Gonçalves aponta duas razões principais para justificar a inevitabilidade de despedimentos na Edifer, MonteAdriano e Hagen. "A primeira, que será a menos importante, é o facto de num processo de fusão haver sempre funções redundantes. Naturalmente há uma parte da força de trabalho que deixará de poder ser utilizada. É verdade que há uma estratégia de internacionalização que permitirá contrabalançar, mas não chega". "O segundo aspecto é o facto de haver segmentos de colaboradores que, se as empresas não recrutarem no mercado local, não serão competitivas, já para não falar do facto de haver países cujas regras laborais o impõem. Aquilo que temos dito aos colaboradores é que acreditamos que este projecto permitirá preservar a maioria dos postos de trabalho. Infelizmente, não podemos escamotear que teremos de efectuar reduções de pessoal em cada uma das empresas". Dos 2200 empregados que as três empresas somam, não revela qual a percentagem que vai ser despedida. Deixa apenas saber que esse processo será menos intensivo nas empresas que já vieram a escolher esse caminho nos últimos meses.

Objectivos do Fundo Vallis

Um dos principais objectivos é que 90% da facturação provenha da actividade internacional. "E estes 90% de receitas provenientes de actividades internacionais queremos que venham relativamente bem distribuídos. Desejamos que nenhum mercado isoladamente represente mais do que 20% a 25% do total do volume de negócios. Sendo a actividade da construção cíclica, é importante não criarmos uma dependência excessiva". Esta questão da dependência excessiva é fundamental, será muito bom se for cumprida.

Futuras compras por parte do Fundo Vallis

"Temos mais alguns dossiers em estudo, mas não posso revelar mais, até porque não posso garantir que vão resultar em transacções. O processo de compras ainda não está fechado, mas sentimos hoje que criámos a plataforma-base para pôr de pé o novo grupo. Permanecemos, no entanto, abertos a poder fazer outras aquisições."

Leia a entrevista de Pedro Gonçalves ao Público na íntegra clicando aqui.










1 Comentário:

Anónimo disse...

Eu gostava de saber quando é que vão pagar aos fornecedores..

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