terça-feira, 23 de outubro de 2018

70% do Alojamento Local no Porto situa-se no centro histórico

A Predibisa desenvolveu um estudo, que analisa o mercado de alojamento do Porto, nas vertentes das residências universitárias, unidades hoteleiras e alojamento local. O estudo procura fazer uma caracterização da oferta e da procura destes segmentos, evidenciando a sua evolução nos últimos anos. Destaca-se o alojamento local, que, impulsionado pelo crescimento do fluxo turístico, tem maior incidência no centro histórico da cidade, onde se verifica mais de metade dos registos (70%).

Numa altura em que o turismo está cada vez mais efervescente na cidade, é notório um forte investimento público e privado na reabilitação urbana, e que muito tem contribuído para o dinamismo imobiliário, já consolidado no centro do Porto. De acordo com a Predibisa, no centro histórico, ao longo dos últimos seis anos, mas em particular nos últimos dois, a procura no mercado residencial centra-se nas tipologias T0 a T2, com vista sobretudo a alojamento local.

O mercado de alojamento local no Porto está difundido por concelho, com especial incidência no centro da cidade. Divide-se em apartamentos, localizados em edifícios inteiramente destinados a alojamento local e apartamentos ou quartos inseridos em edifícios residenciais. Segundo dados do estudo, grande parte dos edifícios transacionados, recentemente, no centro do Porto, foram adquiridos tendo em vista o mercado de alojamento local. Sobressaem os serviced apartments, um conceito que alia o arrendamento de curta/média duração ao fornecimento de serviços, cujos públicos-alvo são turistas a lazer e negócios, bem como estudantes e investigadores.

A análise nota que 2017 foi o ano com mais registos de alojamentos locais, um número superior ao total verificado em anos anteriores. O centro histórico evidencia-se como a zona mais procurada e as previsões são de que os registos em 2018 sejam 30% superiores ao aferido no ano passado. Já nas restantes zonas do Porto os números apontam para um incremento de 50% face a 2017. De salientar que 54% da oferta de alojamento local no centro histórico tem capacidade para três ou menos hóspedes. No que concerne às modalidades de alojamento, estas podem ser de casa completa, quarto individual ou quarto partilhado.

Já no que diz respeito à qualidade da oferta, verifica-se que esta apresenta bons padrões de qualidade, a oferta é diversificada e bastante competitiva, com valores que variam em função da época ou procura.

Escassez de oferta de residências para estudantes
Com o aumento nos últimos anos de estudantes estrangeiros em Portugal, aumentou a pressão sobre a quantidade e qualidade da oferta. À semelhança do resto do país, no Porto o número de estudantes do ensino superior tem vindo a diminuir, mas o número de estudantes estrangeiros tem aumentado, atingindo um total de 5.890 no ano letivo de 2016/2017, de acordo com o INE.

Segundo o estudo, nas residências universitárias privadas, os valores por quarto variam entre os 190 € e os 300 € e os apartamentos/estúdios variam entre os 260 € e os 460 €. Já os quartos em apartamentos arrendados por privados, variam entre os 100 € e os 350 €, e os apartamentos para arrendamento, entre as tipologias T0 e T1, apresentam valores desde os 370 €.

Em função de um incremento na procura e de uma escassez de oferta, estão previstas quatro residências de estudantes privadas no Porto, vocacionados sobretudo para estudantes estrangeiros. Estão previstos novos 1.500 quartos, com o valor médio mensal por quarto a rondar os 600€. Como o mercado do alojamento de estudantes já entrou no radar dos investidores internacionais e nacionais, bem como operadores, há ainda outras oportunidades em análise relativas ao Porto, assim como em cidades como Coimbra e Lisboa.

Crescimento sustentável no mercado hoteleiro
O Porto tem ganho bastante visibilidade enquanto destino turístico, o que vem suportar o crescimento sustentável do mercado hoteleiro. Gastronomia e vinhos, herança histórica, beleza da cidade, oferta cultural, clima, entre outros, são fatores da atratividade pela cidade, contribuindo para o crescente interesse turístico.

De encontro à análise realizada pela Predibisa, a procura por hotéis tem registado uma evolução positiva nos últimos dois anos e as maiores taxas de ocupação verificam-se em unidades cinco e quatro estrelas as menores em hotéis três estrelas. Uma parte significativa da oferta de hotéis no Porto desenvolve-se no eixo Avenida da Boavista/centro da cidade. Contudo, até há poucos anos a oferta de hotéis cinco estrelas concentrava-se na Avenida da Boavista, o que revelava a importância do turismo de negócios na cidade. Porém, com o crescimento dos voos low cost, o turismo de lazer tem ganho relevância, facto que tem conduzido ao crescimento da oferta no centro histórico, em particular na zona dos Aliados, com várias unidades de qualidade superior já em construção.

Segundo o estudo, as unidades cinco estrelas têm um preço médio diário a rondar os 230 euros, sendo que os preços de alguns hotéis cinco estrelas estão muito próximos dos valores dos de quatro estrelas. Estas unidades apresentam valores médios de 120 euros por noite e dominam a oferta hoteleira no centro da cidade.

Para Rita Seixas, responsável pelo departamento de Research da Predibisa, “este estudo visa olhar com mais pormenor para o mercado de alojamento do Porto. O crescimento do turismo, que tem alavancado o alojamento local e a hotelaria, a par do forte incremento em projetos de reabilitação, bem como o aumento do número de estudantes estrangeiros, que fomenta o mercado de residências de estudantes, vão certamente continuar a dinamizar o mercado do Porto, criando um mix residencial cada vez mais atrativo e diversificado e que atrairá clientes e novos operadores. A cidade é atualmente um destino muito apetecível e ponto de atração para portugueses e estrangeiros.”










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