segunda-feira, 13 de março de 2017

Mercado de escritórios no Porto - Há oportunidades de negócio para investidores

Segundo estimativas da Predibisa e da Cushman & Wakefield a procura anual registada em 2015 e 2016 aumentou consideravelmente, apontando para valores anuais entre os 30 e os 40 mil m2. A oferta de escritórios do Grande Porto evidencia uma escassez de espaços de qualidade, com apenas 10% da oferta considerada como sendo de qualidade alta, ou seja, em linha com os requisitos básicos que atualmente são exigidos pela maioria dos ocupantes.

A qualidade da oferta é um dos fatores que condiciona o desenvolvimento do mercado, podendo ser decisiva na opção de localização por parte de grandes empresas que têm ao seu dispor a escolha entre diferentes cidades. Neste campo, o mercado do Grande Porto tem um potencial elevado de reconversão, fator que representa uma oportunidade para promotores e investidores.

É no concelho do Porto que se concentra a maioria da oferta de escritórios na região, com um total de stock existente no concelho a rondar os 800 mil m2, repartidos por mais de 200 edifícios, a que correspondem 55% do total. A zona que concentra a maioria da oferta, tendo edifícios com maior qualidade é a Boavista.

No Grande Porto, a oferta total de escritórios, que reúne os edifícios exclusivos existentes nos concelhos do Porto, Maia, Matosinhos e Vila Nova de Gaia, aproxima-se de 1,5 milhões de m2 de Área Bruta Locável (ABL), distribuídos por mais de 400 projetos. Gaia é o concelho que apresenta maior oferta, somando mais de 240 mil m2, distribuídos por 70 projetos, com a Maia e Matosinhos a representar respetivamente 14,5% e 14% da oferta.

Estas são as principais conclusões apuradas no âmbito do estudo “Mercado de Escritórios do Porto”, uma iniciativa da Predibisa e da Cushman & Wakefield, que desenvolveram o primeiro estudo exaustivo do mercado de escritórios do Grande Porto, que pretende dar a conhecer o setor, incentivando desta forma o investimento e posterior crescimento.

O estudo incide ainda sobre uma amostra usada para estudar os níveis de desocupação no concelho do Porto, que representa 69% da área total em oferta. A análise revela uma taxa de desocupação global na cidade de 14%, que se concentra essencialmente nas zonas Oriental e da Baixa.
Fotografia da revista Evasões

De acordo com o estudo, as rendas prime na cidade do Porto são praticadas na sua zona mais emblemática, a da Boavista, o Central Business District (CBD). Os valores médios para esta zona podem variar entre os 12 e os 14 €/m2 por mês. Por sua vez, a Zona Empresarial do Porto (ZEP) é a que consegue praticar os valores mais altos, a seguir à Boavista, oscilando entre 10 e 12 €/m2 por mês, e na Baixa os valores médios variam entre 8 e 11 €/m2 por mês.

A nível de investimento institucional, o setor de escritórios do Grande Porto tem ainda uma dimensão reduzida, em parte resultante do menor grau de desenvolvimento da atividade de arrendamento. De entre os cerca de 1,5 milhões de m2 de oferta existente no mercado do Grande Porto, apenas 13% é propriedade de investidores institucionais, representando pouco mais de 200 mil m2 de projetos de escritórios, cujas aquisições terão envolvido cerca de 300 milhões de euros.

O documento reflete ainda as tendências do setor de escritórios, perspetivando-se que a Área Metropolitana do Porto, num futuro próximo, possa consolidar a atratividade recente de que tem vindo a gozar no mercado internacional de procura de escritórios. O crescimento da oferta em quantidade e qualidade é apontado, sendo o caminho da reabilitação o mais evidente. O estudo nota ainda que, dentro de alguns anos, o mercado de escritórios do Grande Porto poderá vir a ser mais profissionalizado, com um maior grau de transparência e liquidez, passando a contar com um perfil para atrair mais investimento institucional, à semelhança de outras cidades europeias.










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