quarta-feira, 25 de maio de 2011

Banca vai ajudar empresas de construção

O cenário de consolidação está de volta à construção. Desta vez, o motor das fusões e aquisições vão ser os bancos com maior exposição ao financiamento desta actividade, em crise há uma década, como admite Ricardo Pedrosa Gomes, presidente da associação do sector (Aecops).

O processo de reestruturação da Opway, que será liderado por Almerindo Marques, está a ser visto no sector como o ponto de partida para um processo de consolidação mais profundo. Este movimento pode visar empresas com dimensão significativa, mais dependentes do mercado nacional, mas deverá deixar de fora os grandes grupos nacionais cotados em bolsa - várias fontes do sector ouvidas pelo i referem designadamente a Mota-Engil, com forte internacionalização, e a Teixeira Duarte, que é o grupo mais diversificado, ambas com uma base accionista familiar de longo prazo.

O movimento de consolidação por iniciativa dos bancos pode ser antecedido de processos de reestruturação interna das empresas, como aquele que vai acontecer na construtora controlada pelo Grupo Espírito Santo. Depois da venda da Escom, a Opway passou ser o activo com mais peso na carteira da Rioforte, holding do GES para activos não financeiros, pelo que a sua reestruturação será uma prioridade para o grupo que, no ramo financeiro, é o maior accionista do BES. A venda ou participação num processo de consolidação será uma hipótese, mas não antes da reorganização. Um dos cenários mais recorrentes que envolve a construtora, e sempre desmentido, é o de fusão com a Edifer. Ontem, questionada pelo i, fonte oficial da Edifer repetiu o desmentido já feito no passado pela presidente, Vera Pires Coelho. Fonte oficial da Rioforte diz que o grupo não comenta informações ou cenários dessa natureza.

O rescalonamento e reestruturação da dívida das empresas será a prioridade para a banca, ela própria a viver dificuldades de obter financiamento e com novas exigências de capitais. Este processo pode, no limite, desembocar na conversão de créditos em capital das construtoras, como aconteceu, por exemplo, nos anos 90 com a OPCA (hoje Opway). O objectivo dos bancos neste quadro será o de acelerar reestruturações empresariais e saneamentos financeiros para, a prazo, tornar as construtoras mais atractivas a potenciais compradores. Noutra conjuntura seria viável, como no passado, que cada empresa promovesse a sua própria reestruturação de dívida e negócio, através da venda de activos. Foi o que fez a Teixeira Duarte quando vendeu a participação na Cimpor.

Mas o actual contexto não é favorável à venda de activos, pois também a própria economia está em recessão penalizando negócios até agora seguros, como as concessões no sector rodoviário onde várias construtoras têm participações. Não há investidores interessados em activos em Portugal, refere uma das fontes contactadas. Quem está no sector quer reduzir capacidade e, quem não está, não quer entrar no actual cenário. O negócio angolano destas empresas é a excepção: segmento pode atrair potenciais investidores, mas tem estado reservado a capitais daquele país.

Fonte: i online










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